FILMES NO CINEMA

Ator de Turma da Mônica explica prazer sexual inusitado e cita ameaças

Publicado em 12/07/23 05:00

Fernando Mais, 29, se tornou assunto no último final de semana ao ter seu fetiche por cocô, xixi e pum exposto na internet. Conhecido por interpretar o Zecão em "Turma da Mônica: Laços" (2019), o ator mantinha um pseudônimo na internet chamado de Gustavo Scat, uma referência ao seu fetiche escatológico. Sua página no Twitter compartilhava conteúdos sexuais envolvendo fezes, em sua maioria.

Usando uma máscara de porco para se manter anônimo, Mais escreveu o livro "Quero Scat - O sexo com cocô, mijo e peidos: versão para fãs", que se tornou a obra erótica mais vendida da Amazon desde a descoberta da verdadeira identidade do autor.

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Mesmo com o aumento das vendas do livro, o ator lidou com críticas ao ser "tirado do armário desta maneira". "Eu estava muito desesperado, porque eu nunca fui famoso. Eu já trabalhei bastante como ator, mas eu nunca fui reconhecido pelo meu nome", disse Mais em entrevista a Splash.

Além de enfrentar a exposição, Mais está recebendo ameaças de morte. "Não estou legal, as pessoas dizem que vão me bater na rua."

"É a primeira vez que eu saio na imprensa, então, eu entendo que preciso reverter a minha imagem agora. Eu não sou só o cara do fetiche, eu sou o Fernando. Isso é só um detalhe de quem sou eu. Eu sou ator, sou engraçado? Minha vida não é só merda e o que eu faço na cama não pode interferir na minha carreira."

Fernando Mais também é comediante, criador de conteúdo e, além do filme da Turma da Mônica, ele foi Daniel na série Rota 66, do Globoplay.

Questionado, o ator não sabe dizer o porquê nem como ele foi exposto. Só sabe que as fotos que mantinha nas redes de Gustavo Scat foram comparadas às de seu Instagram. O resultado foi a exposição descontrolada de sua vida sexual.

Gustavo Scat era um personagem criado por Fernando Mais
Imagem: Divulgação

Prazer diferente

O fetiche de Mais tem nome: coprofilia; que é o prazer de ter fezes manipuladas e erotizadas na hora do sexo. Bem-humorado, o artista explica que o tesão não acontece de maneira aleatória. "É preciso ter contexto, preciso gostar da pessoa. Eu não gosto de qualquer merda, literalmente", brinca.

Tem momentos que sinto nojo repulsivo, mas tem momentos que eu acho bom, o cheiro é bom. Óbvio, não é de qualquer pessoa. Quando eu vou ao banheiro público, não sinto tesão com o cheiro de merda.

Por mais diferente que este prazer possa parecer, Fernando Mais tem limites, como "coisas ilegais", "sem consentimento", e "comer excrementos de animais" - algo que ele nega veementemente que faz.

Quanto ao ato de ingerir fezes, ele negou em conversa com a reportagem. No entanto, em seu livro, o ator revela gostar do sabor.

Fernando Mais teve seu fetiche exposto nas redes
Imagem: Reprodução/ Instagram

Como tudo começou?

O prazer e interesse por escatologia veio desde criança. "Tenho uma lembrança vaga da minha infância: peguei uma revista pornô do meu irmão escondido. Eu senti tesão provavelmente, mas eu não sabia na época. E eu estava fazendo cocô. Acredito que, inconsciente, tive prazer com tudo isso. Tenho recordações de ter curiosidade do assunto, mesmo sem saber o que era sexo e tesão. Eu tinha curiosidade em cocô."

Vídeo pornô mudou tudo. "Até que, em 2007, teve um vídeo chamado 'Two Girls One Cup', um clássico brasileiro inclusive. Ficou famoso por ser muito nojento e as pessoas reagiam a esse video. Eu também senti nojo e achei esquisito. Mas, me despertou uma curiosidade depois, porque descobri que tinha mais gente no mundo que gostava."

'Two Girls One Cup' é um vídeo pornô que se tornou viral na internet no qual duas mulheres transam com elementos como fezes e vômito.

Segundo a psicanalista, sexóloga e fisioterapeuta Lelah Monteiro, a origem da coprofilia realmente tem origem na infância. "Segundo Freud, há uma fixação na fase anal, quando a criança entende o cocô como uma obra dela, que vem de dentro. É a criança que dá tchau para o cocô e os pais falam: 'poxa, que legal esse cocô'. A criança entende como o primeiro feito dela e leva para esse lugar afetivo."

'Credo, que delícia'

Para Mais, não há problema em sentir nojo, mas dor ele não aceita. "Quando as pessoas lerem esta entrevista, as que não gostam e não conhecem, provavelmente terão uma sensação de 'eca, que nojo'. Eu tenho essa sensação quando falam que gostam de sentir dor no sexo. Esse é um fetiche popular, óbvio, quando consentido. Vai entender o ser humano.

Tem muita gente que sente dor e prazer. No meu caso, é substituir a dor pelo nojo. São opostos que se atraem, é tipo 'credo, que delícia'.

Fonte: UOL Cinemas // Fernanda Talarico;

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