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Por que "Westworld" falhou em ser a nova "Game of Thrones"

Publicado em 03/06/19 05:00

Um elenco estrelado com Evan Rachel Wood, Ed Harris, Anthony Hopkins e outros. Uma trama profunda e curiosa que consegue misturar a mais avançada tecnologia futurista, mas ambientada num clima de faroeste. Mesmo com estes elementos e a força da HBO, "Westworld" não emplacou, pelo menos do jeito que se era esperado. Lançada em 2016, a expectativa inicial é de que a série tivesse força suficiente para tomar o posto de "Game of Thrones", que já se encaminhava para sua reta final.

A trama envolvendo o futurista parque temático que dá oportunidade dos seus visitantes de vivenciar o velho oeste se sustentou durante duas temporadas, mas chega em sua terceira etapa em busca de um novo fôlego para despertar o interesse que se perdeu.

Anthony Hopkins em "Westworld" Imagem: Divulgação

A primeira temporada acertou, mas...

Seja pela jornada de Dolores e William, o mistério do labirinto ou a grande trama do parque e seus anfitriões, a primeira temporada encerrou vários arcos importantes. Além disso, a série teve grande êxito em criar mistérios suficientes para abastecer teorias e linhas e mais linhas de tópicos nas redes sociais especulando seus desfechos. O mesmo tipo de buzz que marcou "Game of Thrones" começava a se estabelecer.

A segunda temporada fez um bom trabalho em retomar algumas questões e criar alguns problemas para serem resolvidos, mas nem tudo se encaixou.

Cadê a emoção?

Criar uma identificação entre personagens e telespectadores é vital para essa fidelização. Os primeiros episódios eram carregados de emoção: tínhamos empatia por Dolores, Maeve, William, Bernard...eram várias as situações com as quais poderíamos nos relacionar.

Todas as bases destas relações se resolveram de maneiras rasas nas segunda temporada.

E o fio da meada?

"Westworld" começou envolvente por apresentar uma série de histórias que se conversavam. Todas as nossas teorias de conspiração tentavam reunir os elementos que nos eram apresentados em torno de uma grande história. No fim da segunda temporada, a sensação era de que todos os fios haviam escapado, cada um para seu lado.

James Marsden e Ed Harris em "Westworld" Imagem: Reprodução

O jeito de assistir mudou?

É muito provável que "Game of Thrones" tenha sido a última série de TV a criar essa expectativa semanalmente a cada episódio. As questões de "Westworld", diante de tantas outras séries "maratonáveis", parece não terem sustentado essa curiosidade ao longo dos episódios. "Quem tem tempo de de ficar se arrastando at´ras de migalhas narrativas toda semana? Para muitos fãs é melhor mergulhar de vez na fantasia de uma vez só", aponta um artigo do Gamespot. Talvez "Westworld" precisasse ser mais imersiva, justamente como o parque propõe em sua história.

E a terceira temporada salvará a série?

Difícil dizer. Jonathan Nolan e Lisa Joy, cocriadores da série, deixaram seu conrtato para assinar com a Amazon, o que pode afetar de alguma maneira o andamento da saga. De qualquer maneira, o primeiro trailer foi apresentado de maneira promissora.

A prévia traz as primeiras cenas de Aaron Paul (o Jesse de "Breaking Bad") na série. Pelo pouco que vemos, ele interpreta uma espécie de criminoso e serve como conexão do espectador com o mundo fora do parque de Westworld, que veremos pela primeira vez na terceira temporada.

Veja o primeiro trailer da 3ª temporada de "Westworld"

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No final do trailer, ele se encontra com Dolores (Evan Rachel Wood), a androide que escapou de Westworld após liderar uma verdadeira revolução no parque. Ela parece machucada quando o personagem de Paul esbarra com ela em um túnel, durante a noite.

Além de Paul, a terceira temporada contará com mais algumas novidades no elenco: Lena Waithe ("Master of None") e Vincent Cassel ("Cisne Negro") foram escalados para papéis importantes na nova leva de episódios

Em 2020 saberemos.

Fonte: UOL Cinemas // Osmar Portilho

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