O Agente Secreto nasceu de conexão política e cultural, diz Wagner Moura
Publicado em 25/05/25 16:00
O Agente Secreto, badalado filme de Kleber Mendonça Filho com Wagner Moura, nasceu da ligação política entre o diretor e o ator. Em entrevista ao Omelete, Moura discutiu como a produção veio a acontecer por conta da perseguição que ele e o cineasta sofreram durante os anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O longa venceu no último sábado (24) os prêmios de melhor direção e de melhor ator no Festival de Cannes, respectivamente para Mendonça Filho e Moura. Segundo o último, a relação dos dois nasceu no evento
"Eu conheci o Kleber [Mendonça Filho] aqui em Cannes há 20 anos", lembrou o ator. "Ele ainda era crítico, a gente se conheceu, se gostou e virou amigo. Aí eu comecei a ver as coisas [que ele fazia] e, depois, assisti a O Som ao Redor, que é simplesmente um dos maiores filmes brasileiros de todos os tempos."
"Mas a nossa maior conexão se deu pela política, em uma fase terrível do país em que os artistas e as universidades sofriam ataques, aquele manual prático dos fascistas. Eu e o Kleber nos falávamos muito nessa época, até por sermos duas pessoas que falam o que pensam."
Ele lembrou ainda que a dupla foi atacada por nomes do governo por filmes que lançaram no período, Bacurau e Marighella.
O Agente Secreto | Wagner Moura tem chances de Oscar? Festival de Cannes | Todas as nossas críticas do festival mais famoso do cinemaAmbientado em Recife, em 1977, o longa acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia que retorna a Recife após anos fora em busca de paz, apenas para descobrir que sua cidade natal esconde perigos e segredos inquietantes.
Festival de Cannes | Todas as nossas críticas do festival mais famoso do cinemaO elenco do thriller político reúne ainda grandes nomes do cinema brasileiro, incluindo Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Carlos Francisco, Alice Carvalho, Roberto Diogenes, Hermila Guedes, entre outros. A direção é de Kleber Mendonça Filho (Bacurau), que também assina o roteiro.
Fonte: Omelete // Pedro Strazza