Foi revelado nesta terça-feira (27), que uma dublê que trabalhou em Horizon 2, processou o ator Kevin Costner, alegando que ela foi forçada a atuar em uma cena de estupro não roteirizada e sem os protocolos adequados. 

Devyn LaBella, que era a principal dublê de Ella Hunt, que interpretou Juliette nos filmes de Horizon. No processo, LaBella alega que Costner, que era o diretor, improvisou uma cena na qual a personagem de Hunt seria estuprada. Hunt se recusou a fazer a cena, e por isso, a dublê teve que participar da cena.

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Contudo, LaBella entrou na cena sem nenhum tipo de aviso, preparação ou consentimento, além de não contar com um coordenador de intimidade presente, diz o processo. Segundo a denúncia, o ator foi instruído a montá-la, imobilizá-la e levantar violentamente sua saia. O set de filmagem não estava fechado, afirma o processo.

A denúncia ainda cita que LaBella se sentiu humilhada e traumatizada pela experiência. “Naquele dia, fiquei exposta, desprotegida e profundamente traída por um sistema que prometia segurança e profissionalismo”, disse LaBella em um comunicado. “O que aconteceu comigo abalou minha confiança e mudou para sempre a forma como me desenvolvo neste setor.”

O processo alega que a cena violou os protocolos negociados pelo SAG-AFTRA, que inclui um requerimento com 48 horas de antecedência para qualquer cena envolvendo nudex ou simulação de atos sexuais. O incidente aconteceu no dia 2 de maio de 2023, em um set em Utah. 

Ainda é dito que LaBella também atuou em uma cena de estupro que estava no roteiro no dia anterior, e que foi abordada de forma profissional. Na cena, existiram ensaios, um coordenador de intimidade estava presente e o set estava fechado. “Este caso é um exemplo claro de produção cinematográfica machista e dominada por homens em Hollywood”, disse Kate McFarlane, uma das advogadas dos autores. “Nosso cliente foi submetido a conduta sexual brutal, completamente desprotegido dos danos óbvios.” Costner negou as alegações por meio de seu advogado, Marty Singer. 

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Em um comunicado, Singer afirmou que Costner “sempre quer garantir que todos se sintam confortáveis ​​trabalhando em seus filmes e leva a segurança no set muito a sério”. “No entanto, esta alegação de Devyn LaBella não tem absolutamente nenhum mérito e é completamente contradita por suas próprias ações – e pelos fatos”, disse Singer. “A Sra. LaBella é uma acusadora recorrente de pessoas na indústria do entretenimento e trabalhou com o mesmo advogado em processos anteriores. Mas essas táticas de extorsão não funcionarão neste caso.” Segundo Singer, a cena foi explicada a LaBella e, após um ensaio, ela fez um sinal de positivo para seu coordenador de dublês, indicando sua disposição de filmar a cena "se necessário (o que não era o caso)". Naquela noite, segundo Singer, LaBella jantou com os coordenadores de dublês e estava de "bom humor", sem fazer nenhuma reclamação a eles.

O processo movido por LaBella contradiz as informações, dizendo que ela queria descobrir o motivo pela cena ter sido autorizada para acontecer. “Ao expressar sua indignação e preocupação, os participantes do sexo masculino a culparam por não se manifestar”, alega o processo. “Ela agora se sentia completamente sozinha e decepcionada, mas, como a produção ainda não havia sido encerrada, a Sra. LaBella teve que continuar trabalhando e manter uma postura profissional.”

Foi dito que nos dias seguintes ao ocorrido, ela chorava e também se sentia constrangida, com membros da equipe indo até ela para se desculpar pelas atitudes de Costner. Ela depois então entrou na terapia para lidar com os efeitos dessa experiência traumática.

Em defesa de Costner, Singer apresentou uma mensagem de texto que LaBella teria enviado ao coordenador de dublês após a conclusão das filmagens: “Obrigada por essas semanas maravilhosas! Sou muito grata a você! Aprendi muito e obrigada novamente. Estou muito feliz que tudo tenha dado certo. Tenha um ótimo resto de filmagem e, sim, nos falamos em breve!”

De acordo com a denúncia, LaBella não foi recontratada para "Horizonte 3" e não foi contratada para nenhum outro projeto do coordenador, embora tenha trabalhado para ele regularmente antes.

Fonte: Omelete // Igor Pontes