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Estrela de 'Me Tira da Mira', Cleo pondera: 'Não sei se aceito quem sou'

Publicado em 27/03/22 05:00

O lançamento de "Me Tira da Mira" consagra Cleo não apenas como protagonista, mas também como produtora. A comédia nacional acompanha a policial Roberta, interpretada pela atriz, em uma tentativa de descobrir a verdade por trás do assassinato de uma grande artista.

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A personagem, assim como Cleo, tem apreço pela liberdade e inspira muitas mulheres independentes. A atriz é conhecida pelo discurso de aceitação, sempre se mostrando empoderada e dona das próprias decisões. No entanto, Cleo vai além e defende lutarmos para sermos o que queremos.

"Mais importante do que aceitar quem a gente é, é importante aceitar quem a gente quer ser e lutar para ser quem você quer ser, porque a gente não nasce pronto", pondera em entrevista a Splash.

Eu não sei me aceito como eu sou. Eu mudo muito para ser quem eu quero ser.

Mesmo lidando com dúvidas, Cleo se sente lisonjeada com a possibilidade de ser vista como um "ícone feminino" quando o assunto é independência e poder. "Tenho meus ícones e sei a importância de eles existirem."

A própria criação de Roberta, para "Me Tira da Mira", conta com algumas características da própria atriz. "Misturei muitas coisas nela", conta.

E não apenas de atuação e produção vive a artista, que também é cantora. "Estou com pouquíssimo tempo livre, mas estou feliz por conseguir realizar coisas que sempre sonhei."

Cleo em 'Me Tira da Mira'
Imagem: Luiz Maia/Divulgação

Em família

Um dos grandes chamarizes de "Me Tira da Mira" é a reunião de Cleo, o irmão Fiuk e o pai, Fábio Jr., no mesmo elenco. Para o ex-BBB, trabalhar ao lado da família foi um grande presente. "Eu sonhava em fazer aquilo desde que era criança, fantasiava em atuar junto com os dois."

Agora, com 31 anos, pensar que estive no set com eles foi incrível. O velho é responsa!

E, segundo Fiuk, atuar com os dois também foi um grande desafio a ser superado. "Quanto mais intimidade, mais difícil fica. Poderiam ser 300 pessoas e estava de boa, mas com eles?"

Além da família de Fábio Jr., um outro nome do elenco chamou a atenção do público: Viih Tube, com quem Fiuk ficou confinado no BBB 2021. No entanto, diferentemente do que poderíamos imaginar, "Me Tira da Mira" não foi um reencontro dos dois, mas sim um "prelúdio".

"Durante as filmagens, ela tentou me dar uns toques de que estaria no BBB. Perguntava: 'O que você vai fazer em janeiro?'. Mas eu moro no mundo da lua e não percebi", lembra o ator.

Ao comparar as experiências de BBB e estar em um set de filmagens, Fiuk disse preferir continuar com os filmes. "Você pode voltar para casa, passa mal sozinho no banheiro, tem seu ataque de ansiedade sem ninguém ver. Já no BBB, você fica 100 dias sem intervalos ou descanso."

Referências

Classificada por Cleo como "uma produção nacional que acredita e mistura diferentes gêneros", "Me Tira da Mira" conta também com diferentes nomes da dramaturgia brasileira, como Silvero Pereira e Júlia Rabello.

O ator vive o vilão Ramirez e, para interpretá-lo, usa um portunhol bastante marcado. "Foi uma loucura. O diretor Hsu Chien me deu esse desafio, mesmo que avisando que não falava espanhol", conta. "Mas houve um cuidado em me ensinar as palavras que eu não conhecia, e no fim foi divertidíssimo."

A atriz também considera a experiência muito divertida. Sua personagem, a atriz Natasha, muda de personalidade achando ser Ruth e Raquel, da novela "Mulheres de Areia", ambas interpretadas por Glória Pires — mãe de Cleo. "Eu assistia à novela, então a brincadeira foi ainda mais legal para mim, porque eu acreditei que isso poderia acontecer com uma doida que nem a Natasha."

A ideia de incluir a referência de personagem de Glória Pires veio do diretor Hsu Chien, que se declara como um grande cinéfilo e, justamente, por ser um grande amante do audiovisual, aproveitou a oportunidade para colocar em seu filme diferentes alusões à cultura pop.

Uma dessas referências usadas pelo cineasta é também uma inspiração: Paulo Gustavo, com quem ele trabalhou em "Minha Mãe é Uma Peça", como assistente de direção. "Ele tinha uma coisa que eu prezo: a liberdade. E sempre falo isso aos atores que trabalho, façam o que quiserem, mas que seja condizente com o personagem", conclui.

Fonte: UOL Cinemas // Fernanda Talarico

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