Stanley Kubrick

Stanley Kubrick (Manhattan, Nova Iorque, 26 de julho de 1928 — St Albans, Hertfordshire, 7 de março de 1999) foi um cineasta, roteirista, produtor e fotógrafo estadunidense. Frequentemente apontado como um dos cineastas mais influentes do cinema, seus filmes, que são principalmente adaptações de romances ou contos, cobrem uma ampla variedade de gêneros e são conhecidos por seu realismo, humor sombrio, cinematografia única, extensos cenários e uso evocativo da música.

Kubrick foi criado no Bronx, Nova Iorque, e frequentou a William Howard Taft High School de 1941 a 1945. Ele recebia notas medianas na escola, mas demonstrava um grande interesse em literatura, fotografia e cinema desde tenra idade e aprendeu por si próprio todos os aspectos de produção e direção de longas depois de terminar o colegial. Depois de trabalhar como fotógrafo da revista Look no final da década de 1940 e no início da de 1950, começou a fazer curtas-metragens com um orçamento apertado e fez seu primeiro grande filme de Hollywood, The Killing, para a United Artists em 1956. Isso foi seguido por duas colaborações com Kirk Douglas: o filme de guerra Paths of Glory (1957) e o épico histórico Spartacus (1960).

Diferenças criativas decorrentes de seu trabalho com Douglas e os estúdios de cinema, uma aversão à indústria de Hollywood e uma crescente preocupação com o crime nos Estados Unidos levaram Kubrick a se mudar para o Reino Unido em 1961, onde passou a maior parte do resto de sua vida e carreira. Sua casa em Childwickbury Manor, em Hertfordshire, que ele compartilhou com sua esposa Christiane, tornou-se seu local de trabalho, onde escrevia, pesquisava, editava e gerenciava os detalhes da produção. Isso lhe permitiu ter controle artístico quase completo sobre seus filmes, mas com a rara vantagem de ter apoio financeiro dos principais estúdios de Hollywood. Suas primeiras produções britânicas foram dois filmes com Peter Sellers: Lolita (1962), uma adaptação do romance de Vladimir Nabokov, e a comédia negra sobre a Guerra Fria Dr. Strangelove, de 1964.

Perfeccionista exigente, Kubrick assumiu o controle sobre a maioria dos aspectos do processo de filmagem, desde a direção e a redação até a edição, e teve o cuidado de pesquisar seus filmes e encenar cenas, trabalhando em estreita coordenação com seus atores e outros colaboradores. Ele costumava pedir várias dezenas de retomadas da mesma cena em um filme, o que resultava em muitos conflitos com seus elencos. Apesar da notoriedade resultante entre os atores, muitos dos filmes de Kubrick abriram novos caminhos na cinematografia. O realismo científico e os efeitos especiais inovadores de 2001: A Space Odyssey (1968) não tiveram precedentes na história do cinema e o filme lhe rendeu seu único Óscar pessoal, por Melhores Efeitos Visuais. Steven Spielberg se referiu ao filme como o "big bang" de sua geração e é considerado um dos melhores filmes já feitos. Apesar de muitos dos filmes de Kubrick serem controversos e receberem inicialmente críticas mistas após o lançamento — particularmente A Clockwork Orange (1971), que foi retirado de circulação no Reino Unido após um frenesi da mídia de massa — a maioria deles foi indicada ao Óscar, Globo de Ouro ou Prêmio BAFTA, e passou por reavaliações críticas. Para o filme de período do século XVIII, Barry Lyndon (1975), obteve lentes desenvolvidas pela Zeiss para a NASA para filmar cenas sob a luz natural das velas. Com The Shining (1980), ele se tornou um dos primeiros diretores a usar um Steadicam para filmagens de rastreamentos estabilizados e fluidos, uma tecnologia vital para sua produção sobre a Guerra do Vietnã, Full Metal Jacket, de 1987. Seu último filme, Eyes Wide Shut, foi concluído pouco antes de sua morte em 1999, aos 70 anos.