Wicked | Final explicado, o mito do Mágico de Oz e o significado da história
Publicado em 21/11/25 07:00
Wicked: Parte 2 chega aos cinemas com potencial de ter a melhor abertura do ano e fazer história para adaptações da Broadway. Como explicar tamanho sucesso? Muito disso está atrelado à mensagem atemporal que a obra tem, sobre poder, bem e mal, aceitação e ilusões - além de conseguir se conectar de forma perfeita à obra que o inspira, O Mágico de Oz.
Mas qual é o significado essa história? O que o final de Elphaba e Glinda significa? O Omelete explica!
Qual é a história?
Wicked revisita o universo de O Mágico de Oz a partir das personagens que foram tratadas como opostos absolutos na versão clássica: a Bruxa Má do Oeste (Elphaba, vivida por Cynthia Erivo) e a Bruxa Boa do Norte (Glinda, vivida por Ariana Grande). A trama acompanha as duas desde a juventude, quando se conhecem na escola de magia de Shiz, passam de rivais a amigas improváveis e são empurradas para caminhos diferentes por expectativas externas, política e propaganda.
Elphaba nasce com a pele verde e se torna alvo de preconceito, mas é também quem demonstra maior senso de justiça e inconformidade com as manipulações do Mágico, que explora criaturas, silencia dissidentes e controla a narrativa de Oz. Já Glinda cresce cercada de privilégios, tenta corresponder ao que esperam dela e entende aos poucos a complexidade do mundo para além da imagem perfeita que sempre carregou. O musical constrói uma história paralela à de Dorothy, protagonista de O Mágico de Oz, revelando como o filme foi moldado por escolhas que nem sempre coincidem com a verdade - ou com o que é vendido como a verdade.
Qual é o final?
A reta final de Wicked amarra as linhas políticas e pessoais que foram crescendo ao longo da história - e por isso é mais densa, dramática e forte. Elphaba decide enfrentar o regime do Mágico e, ao fazer isso, torna-se oficialmente declarada “Bruxa Má” para todo o povo de Oz. Glinda, dividida entre a lealdade à amiga e a pressão pública, acaba assumindo uma posição de liderança institucional, enquanto a reputação de Elphaba é destruída pela propaganda.
O desfecho atinge o ponto máximo quando Elphaba é dada como morta após o ataque dos cidadãos de Oz (Dorothy aqui) - evento que se conecta diretamente à cena do balde d’água vista no filme de 1939. No entanto, a morte é uma encenação. Elphaba e Fiyero (transformado em Espantalho para sobreviver à tortura da Guarda de Oz) conseguem escapar secretamente, deixando para trás a versão oficial da história.
Apenas Glinda sabe a verdade, e seu último encontro com a amiga deixa claro que a ligação entre elas permanece, mas cada uma seguirá um caminho irreversível: Glinda permanece em Oz para tentar governar com mais consciência, enquanto Elphaba parte para um exílio onde finalmente pode existir longe das mentiras que a moldaram.
O significado por trás do desfecho
O final de Wicked inverte quase tudo do mito de O Mágico de Oz ao mostrar que a vitória celebrada pelo povo foi construída sobre uma narrativa manipulada, e não sobre justiça. A “morte” da Bruxa Má revela como sociedades criam vilões convenientes para sustentar estruturas de poder, e como a verdade pode ser apagada quando não interessa aos líderes, e somente a eles. Elphaba sobreviver significa que aquilo que chamamos de “mal” (ou violento) às vezes nasce apenas de resistência, discordância ou inconformidade com sistemas injustos. A vítima é por muitas vezes levada ao inevitável ponto da resistência ou violência. Glinda, por sua vez, representa o peso de quem se beneficia do sistema, mas precisa amadurecer para enxergar o custo humano de manter as aparências.
O final também fala sobre identidade: Elphaba escolhe deixar Oz porque percebe que nunca terá espaço ali, enquanto Glinda decide ficar para tentar reparar um mundo que ela mesma, mesmo sem intenção, ajudou a sustentar. É o peso das escolhas de ambas, ao mesmo tempo que nenhuma consegue mudar o sistema - elas sobrevivem à ele. A separação das duas não é apenas emocional, mas também simbólica. Uma segue a vida carregando a verdade, a outra permanece cercada pela farsa oficial. No encontro final, quando reconhecem que mudaram uma à outra “para sempre” (For Good, como diz a música em inglês), Wicked afirma que histórias não são absolutas; são versões. E às vezes, para sobreviver, é preciso sair da narrativa que criaram para você, já que de perto, de perto mesmo, só que vive a história entende o significado e o peso dela.
Tudo sobre Wicked
Dirigidos por Jon M. Chu (Podres de Ricos, In The Heights), Wicked e Wicked Parte 2 adaptam para o cinema o aclamadíssimo musical com música e letras de Stephen Schwartz e libreto de Winnie Holzman que, por sua vez, é uma adaptação do livro homônimo Gregory Maguire, uma história que mostra a vida de Glinda, a bruxa boa, e da Bruxa Má do Oeste, Elphaba Throbb, antes da chegada de Dorory no Reino de Oz.
Nos longas-metragens, as duas são interpretadas, respectivamente, por Ariana Grande e Cynthia Erivo. As duas foram indicadas ao Oscar pelo primeiro filme, que estreou em novembro de 2024 e hoje está disponível para streaming. O elenco ainda conta com Jonathan Bailey, Michelle Yeoh, Jeff Goldblum, Marissa Bode, Ethan Slater, Bowen Yang e Bronwyn James.
Na trama, Elphaba e Glinda se conhecem na escola e, apesar das diferenças, desenvolvem uma amizade poderosa que é desafiada quando o misterioso Mágico de Oz convida as duas para a Cidade Emeralda e revela os segredos daquele reino.
Wicked: Parte 2 estreia nos cinemas em 20 de novembro.
Fonte: Omelete // A cozinha