Sacha Baron Cohen parou de fazer humor subversivo para tentar a carreira em Hollywood, segundo Larry Charles. Diretor do primeiro filme de Borat, o cineasta criticou o comediante em uma entrevista publicada neste sábado (21) pelo Daily Beast.

Na conversa, Charles afirma que considerava Baron Cohen um gênio da comédia, comparando-o a Charles Chaplin, mas que a sua relação com o humorista se deteriorou depois da dupla trabalhar no filme O Ditador, de 2012. Segundo o diretor, o comediante passou a evitar esquetes mais ácidas, e a sua suspeita é de que ele queria ser um astro mais tradicional de cinema.

"Ele se cercava de pessoas mais tradicionais do show business, ouvindo conselhos delas, e eu não acho que esse tipo de conselho era bom para a sensibilidade rebelde que Sacha tinha até então", diz o cineasta na entrevista.

"Então, por uma variedade de razões, o filme começou a se fragmentar, fraturar e desmontar. E o filme não é ruim. É bom. É engraçado. Há muita coisa engraçada nele, na verdade, mas não chegava ao potencial que ele tinha."

Larry Charles ainda afirma na entrevita que O Ditador era um projeto muito problemático desde o início, dizendo que ele queria fazer algo parecido com Doutor Fantástico ao invés de Borat e Bruno. A situação não decolou no fim porque Sacha Baron Cohen teria sofrido com foco nas filmagens, segundo o diretor.

"Eu tentava fazer com que o Sacha [Baron Cohen] confiasse nele mesmo, confiasse nos seus instintos, o que foi algo que aprendi que é a única coisa que você precisa, mas ao invés disso ele confiava nesse monte de gente diferente com tanto pensamentos contraditórios. Isso fez com que as coisas se desenrolassem e problemas nascessem em lugares que nunca deveria ter existido um problema."

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Lançado em 2006 e responsável por revelar Sacha Baron Cohen como ator, Borat foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado daquele ano. Em 2020, ganhou uma sequência, Borat 2: Fita de Cinema Seguinte, que também foi indicada a duas categorias do Oscar, incluindo Melhor Atriz Coadjuvante para Maria Bakalova e Melhor Roteiro Adaptado. O longa foi filmado em segredo e lançado de surpresa no Prime Video, onde segue disponível.

Fonte: Omelete // Pedro Strazza