Paramount diz que agências regulatórias da Europa bloquearão Netflix
Publicado em 14/12/25 19:00
Segundo análise do The Hollywood Reporter, em busca de fazer com que os acionistas da Warner Bros. Discovery aceitem o acordo oferecido pela Paramount Skydance (uma oferta de US$ 108 bilhões), David Ellison argumentou que agências regulatórias europeias jamais permitiriam a compra da Warner Bros. pela Netflix.
Em sua carta para os acionistas, ele escreveu que a oferta da Paramount oferece um caminho mais curto e certeiro para a finalização, insistindo que a Comissão Europeia e que a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido não autorizariam que a maior plataforma de streaming do mundo engula um de seus únicos concorrentes globais.
Segundo especialistas entrevistados pela revista, a maioria acredita que tanto a oferta da Netflix quanto da Paramount seriam investigadas pelas agências, mas que é improvável que qualquer uma delas seja proibida, de fato.
"A Comissão Europeia jamais bloqueou esse tipo de aquisição, de concentração de plataforma ou estúdio. Não é agora que vai começar", disse Cristina Caffarra, economista especializada neste tipo de transação. O processo regulatório seria longo e levaria meses ou anos, mas a União Europeia recomendaria alterações para garantir competição justa, não o veto.
De qualquer forma, é provável que empresas europeias prefiram o acordo da Paramount. Pier Silvio Berlusconi, grande empresário de mídia italiano, diz que, "Isso significaria que, ao invés de três jogadores gigantes (Netflix, Amazon e Disney), haveria quatro, adicionando mais um competidor na história."
Do outro lado do oceano, o presidente americano Donald Trump adicionou o argumento politico à discussão, dizendo que "estará envolvido nesta decisão". É com isso que a Paramount conta, já que a família Ellison, que comanda a empresa, passou meses se alinhando com o atual presidente.
Para Caffarra, é isto que decidirá o acordo final. "Todos sabemos que, no fim das contas, a Comissão Europeia não fará nada para irritar a administração americana. A decisão final já foi tomada e é o que quer que o Presidente Trump escolha fazer", finalizou.
Fonte: Omelete // Júlia Henn