Durante uma fala no Festival Internacional de Cinema de Marrakech, a atriz Jodie Foster relembrou as suas primeiras interações com Robert De Niro e como o achou uma pessoa desinteressante. Quando gravaram Taxi Driver juntos, Foster tinha 12 anos e De Niro, 33. 

"(...) Um dos grandes atores americanos, tenho muito orgulho de ter trabalho com ele... Apesar de não ser a pessoa mais interessante do mundo", disse ela. "Na época, ele se mantinha no personagem, ele trabalhava assim naquela época. Então ele era bem desinteressante e lembro de almoçar com ele e ficar, 'O que tá acontecendo? Quando posso ir pra casa?' e ele não falava comigo, então eu falava com os garçons. Até que ele finalmente me explicou sobre improvisos na atuação quando almoçamos pela terceira vez e isso abriu meus olhos para o que atuação poderia ser. Aos 12 anos percebi, 'Ah, é minha culpa, porque eu não entreguei tudo o que poderia'. Eu só dizia as falas e esperando o retorno, mas construir um personagem é outra coisa. Lembro de ficar muito animada, ter suado, rido bastante e voltar para o hotel, encontrar minha mãe e falar, 'Tive uma epifania'. Acho que foi aí que tudo mudou."

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Hoje com 63 anos, Foster começou a atuar com 3 anos de idade em comerciais e apareceu em um filme, pela primeira vez, aos 6. "Eu nunca teria escolhido ser atriz, eu não tenho a personalidade de uma. Não sou alguém que quer dançar na mesa e, sabe, cantar para as pessoas", confessou. "Na verdade, é só um trabalho cruel que foi escolhido para mim quando eu era tão jovem que nem me lembro de ter começado. Então, isso torna o meu trabalho um pouco diferente porque eu não me interesso por atuação simplesmente para atuar. Se eu estivesse em uma ilha deserta, acho que provavelmente a última coisa que eu faria seria atuar. Então, eu só estava tentando sobreviver."

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A atriz compartilhou suas preocupações sobre atores que iniciam sua carreira muito cedo, assim como ela fez. "Eu fico pensando, 'Espera, cadê os pais deles?', E por que ninguém está dizendo para eles pararem de fazer tantos filmes ou não se embebedarem no tapete vermelho? Eu quero cuidade deles porque sei o quão perigoso isso é. Não sei porque alguém iria querer ser um ator agora, se soubessem que para ser excelente, você tem que aceitar ser roubado da sua vida, de certa forma. Não sei como alguém lida com isso a não ser da forma como minha mãe me ajudou a fazer, que é traçar um limite firme entre a vida privada e pública."

Fonte: Omelete // Júlia Henn