FILMES NO CINEMA

Divertido, novo As Panteras é atualização bem-vinda para a franquia

Publicado em 14/11/19 05:00

Como acontece com boa parte da leva de remakes e reboots que inundou os cinemas nos últimos anos, ninguém pediu mais um As Panteras. Mas a versão 2019 para a história das espiãs, capitaneada pela atriz, diretora e roteirista Elizabeth Banks, se mostra uma aventura divertida, bem-humorada e afinada com os tempos em que vivemos.

Os closes da câmera de McG nos decotes de Cameron Diz, Drew Barrymore e Lucy Liu nos dois filmes do começo dos anos 2000, assim como as cenas de biquíni do trio liderado por Farrah Fawcett na icônica série exibida entre 1976 e 1981, ficaram definitivamente no passado. O novo trio, formado por Kristen Stewart, Ella Baliska e Naomi Scott, ainda veste roupas fabulosas, dança e usa a sensualidade a seu favor - mas o faz de uma forma muito mais natural, espontânea e (por que não?) engraçada.

O tom é estabelecido logo na cena de abertura, situada no Rio de Janeiro. "Eu acho que mulheres podem fazer qualquer coisa", diz Sabina (Stewart) a um estelionatário que tenta seduzi-la, momentos antes de prendê-lo e derrotar seus seguranças, com a cooperação de Jane (Balinska), ex-agente do serviço secreto britânico. Daí em diante, o roteiro de Banks não só brinca com o machismo dos adversários das Panteras, como também aproveita para subverter alguns clichês do gênero - colocando, por exemplo, o galã do momento Noah Centineo como um interesse romântico, em uma participação de luxo.

Elizabeth Banks é diretora, roteirista e atriz em As Panteras
Imagem: Divulgação

É a cooperação do trio principal, no entanto, o principal motor da história. Um ano depois dos acontecimentos no Rio, Sabina e Jane são reunidas para uma nova missão: ajudar Elena (Scott), programadora que quer impedir o lançamento de um produto que pode ser usado para matar sem deixar traços. No processo, elas contam com o auxílio de Bosley (Banks), agora um cargo dentro da agência Towsend, que expandiu suas operações internacionalmente.

Ao longo da trama, elas vão encontrando apoio uma na outra, enquanto exploram os pontos fortes de suas personalidades: Sabina é irônica e sagaz (e dona de algumas das melhores falas do filme); Jane é a lutadora mais experiente do grupo; e Elena, uma expert em programação, traz um olhar ingênuo que ajuda a guiar o espectador dentro da história. As três atrizes funcionam em seus papéis e em conjunto, mas o maior destaque é Stewart, que surpreende positivamente com uma atuação enérgica e divertida, bem distante de seus tempos em Crepúsculo.

O humor, especialmente bem trabalhado por Stewart, é uma das grandes estrelas do filme. Apesar de as piadas não estarem plenamente azeitadas nos minutos iniciais do filme, não demora para elas entrarem no ritmo - o que ajuda a compensar uma história que é, em muitos momentos, previsível e pouco inventiva.

Fonte: UOL Cinemas // Beatriz Amendola

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