Angelina Jolie diz na ONU que não pode haver paz sem as mulheres
Publicado em 29/03/19 22:00
A atriz americana Angelina Jolie hoje nas Nações Unidas que o mundo não poderá acabar com as guerras enquanto continuar excluindo as mulheres dos processos de paz e da tomada de decisões.
"Enquanto continuarmos colocando quase qualquer outro assunto na frente dos direitos e da participação das mulheres, continuaremos presos em um ciclo de violência e conflito", afirmou Angelina, que é enviada especial da agência da ONU para os refugiados (Acnur).
A atriz discursou diante de ministros e outros representantes de todo o mundo que participaram de uma conferência sobre as operações de paz da organização.
Angelina destacou que ao redor do planeta há incontáveis mulheres que estão assumindo papéis de liderança e sendo exemplo, mas lembrou que, em geral, continuam sendo vítimas das guerras e dos abusos que são cometidos durante os conflitos.
"As mulheres estão no absoluto epicentro dos conflitos modernos, no pior sentido possível", lamentou a atriz, insistindo que na maioria dos casos elas continuam afastadas das decisões importantes.
"Se seguíssemos o princípio de que os afetados por um problema devem ser os encarregados de determinar a solução, então a maioria dos negociadores de paz, ministros das Relações Exteriores e diplomatas seriam mulheres", afirmou.
Angelina citou especificamente as atuais negociações de paz com os talibãs no Afeganistão, onde "milhares de mulheres arriscaram suas vidas" para reivindicar seus direitos e os dos seus filhos e por enquanto não são levadas em consideração.
Além disso, pediu mais presença feminina nas missões de paz da ONU e mais atenção para os problemas da mulher nos conflitos.
"Temer os abusos de um 'capacete azul' não é proteção. Viver com medo de sua filha ser estuprada por combatentes não é segurança. Saber que se seus filhos forem maltratados ninguém vai ser responsabilizado não é a base para a paz e a segurança. Negar a representação da metade da população em negociações de paz e em governos não é a via para a estabilidade a longo prazo", afirmou a atriz.
Fonte: UOL Cinemas // UOL