Diretor de doc do Chorão fez última entrevista de Champignon: 'Foi difícil'
Publicado em 08/04/21 05:00

Felipe Novaes, diretor do documentário "Chorão: Marginal Alado", gravou para o filme a última entrevista da vida de Champignon... só sete dias antes de o baixista do Charlie Brown Jr. morrer.
Ele acredita que a perda ressignificou seu projeto.O documentário, que estreia amanhã nas plataformas de streaming Now, Google Play, Apple TV e Vivo Play, acompanha a vida de Chorão, vocalista e líder do Charlie Brown, e reúne entrevistas de parceiros, amigos e familiares.

Em seu depoimento, Champignon aborda as tretas com Chorão, classificando a relação como "de amor e ódio". Porém, fala com brilho nos olhos quando descreve os primeiros contatos com o amigo/inimigo.
Champignon, no documentário

Novaes contou, em coletiva de imprensa de que Splash participou, que foi "pego de surpresa" quando soube da morte do baixista, em 9 de setembro de 2013, sete dias depois de conversar com ele.
Ele afirma que a entrevista com Champignon foi "a mais dura de fazer" de todo o documentário.
Felipe Novaes, diretor de "Chorão: Marginal Alado"

Felipe Novaes
Fábio Zavala, um dos produtores do projeto, diz que o documentário foi apresentado a Cláudia Campos, ex-mulher de Champignon, que estava grávida quando o músico morreu.
Ele conta que Cláudia se emocionou e agradeceu pelo fato de, agora, ter um documento para contar a história do pai para a filha.

Segundo Novaes, além das cerca de 600 horas de material audiovisual obtido por meio da internet e de emissoras de TV, sua equipe teve acesso a 700 horas de vídeos do arquivo pessoal do músico.
Chorão tinha um "cinegrafista oficial", Jerri Rossato, que o acompanhava sempre.
Uma das cenas preferidas do diretor é aquela em que uma fã fura um bloqueio para conversar com Chorão e declara seu amor entre lágrimas, apesar de não ter dinheiro para comprar discos. O músico a aconselha a não gastar dinheiro com isso.

Felipe Novaes

O filme explora ainda o lado altruísta de Chorão, capaz de comprar uma prótese de US$ 42 mil para um skatista amputado, seu amor pelo skate, a relação com o filho e as muitas tretas (como a memorável cabeçada em Marcelo Camelo, dos Los Hermanos, em 2004).