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Brian May detona críticos "doentes e vingativos" de "Bohemian Rhapsody"

Publicado em 07/03/19 12:00

O guitarrista do Queen, Brian May, usou o Instagram para detonar mais uma vez contra os críticos de "Bohemian Rhapsody". May compartilhou um artigo que elogiava o filme, que retrata a trajetória da banda e do vocalista Freddie Mercury, por suas quatro vitórias no Oscar 2019.

O texto, publicado originalmente no "Spectator", é intitulado: "As vitórias de 'Bohemian Rhapsody' no Oscar são um triunfo em cima dos críticos esnobes". O guitarrista do Queen caracterizou a imprensa e os usuários de redes sociais que criticaram o filme como "doentes e vingativos".

"Vocês viram como eu fiquei quieto depois do Oscar, sinalizando o fim da temporada de premiações", disse May na legenda da postagem. "O que realmente aconteceu? Nós abrimos a cerimônia do Oscar de uma forma que nunca foi aberta antes, em uma avalanche de excitação, olhando para uma plateia brilhante que nos aplaudia de pé, contendo muitos dos nossos heróis, que cantavam conosco e davam socos no ar".

"Então, chocantemente, nós acabamos ganhando 4 Oscar -- mais que qualquer outro filme naquela noite. O chefe da produção local veio até mim e apertou minha mão enquanto deixávamos o palco, dizendo que estava na equipe do Oscar há 40 anos, e aquela havia sido a melhor abertura que ele já vira! Um momento adorável", continuou.

"Todo mundo pensaria que, depois disso, nós simplesmente iríamos para as festas sem preocupação nenhuma. Mas eu acho que não sou esse tipo de pessoa. Eu me sinto profundamente grato que o nosso filme sobre Freddie foi reconhecido de uma forma que eu jamais teria a audácia de esperar, mas eu achei a atividade pública ao redor da temporada de premiações, e dos jornalistas nela, muito perturbadora", comentou ainda.

"Se você olhar para a imprensa e para as discussões que invadiram a internet nos últimos meses, você consegue perceber que 90% delas era destinada a descreditar este ou aquele filme, ou todos os filmes, através de insinuações e críticas, ao invés de discutir seus méritos e admirar as habilidades necessárias para produzi-los", criticou a seguir.

"[Essas pessoas agiam] com desonestidade e crueldade, além de óbvias tentativas de envergonhar e influenciar membros [da Academia] a votarem da forma como, em sua arrogância, eles achavam melhor. Não é culpa dos votantes -- eles foram firmes. É culpa da vida pública doente e vingativa que temos. Eu aguentei tudo isso de boca fechada, sem querer influenciar os votantes de premiações de forma alguma", disse ainda.

"No entanto, quando a cortina caiu, eu fiquei com sentimentos confusos. Eles persistiram até que eu li este artigo muito bem pensado e escrito no site 'Spectator'. Corajoso e verdadeiro, e agora eu não preciso falar mais nada. Está tudo aí", completou.

As críticas ao filme

"Bohemian Rhapsody" venceu o Oscar nas categorias de melhor ator (Rami Malek), melhor montagem, melhor edição de som e melhor mixagem de som. A única indicação que não produziu uma estatueta para o longa foi justamente em melhor filme, onde acabou perdendo para "Green Book: O Guia".

As críticas à produção vieram de várias frentes. Para alguns fãs do Queen e jornalistas musicais, por exemplo, "Bohemian Rhapsody" fez distorções demais à história da banda, mudando datas e fabricando acontecimentos para tornar a trajetória mais dramática.

Já para membros da comunidade LGBTQ+, o filme falhou em seu retrato de Freddie Mercury. O vocalista, que era bissexual e sofreu com a AIDS nos anos finais da vida, teve sua história suavizada e recortada para produzir um filme "mais família", como o próprio May caracterizou durante a produção.

Por fim, críticas também se concentraram em relação ao diretor do filme, Bryan Singer, acusado por vários homens de abuso sexual quando ainda eram menores de idade. O cineasta foi demitido das filmagens de "Bohemian Rhapsody" duas semanas antes do final, e não foi citado em discursos de agradecimento.

Fonte: UOL Cinemas // Caio Coletti

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