Ferreira Gullar

Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira (São Luís, 10 de setembro de 1930 – Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2016), foi um poeta, escritor, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro, reconhecido como um dos principais e mais importantes poetas brasileiros da segunda metade do século XX.

Ganhou notoriedade nacional em 1954 com a publicação de A Luta Corporal, livro de poemas experimentais que procuravam explorar o caráter gráfico da poesia, tendo, posteriormente, se envolvido com o concretismo paulista e criado, junto com Hélio Oiticica e Lygia Clark, o neoconcretismo. Na década de 1960, filiou-se ao comunismo e protestou contra a ditadura militar, pelo que se dedicou à poesia lírica e social, produzindo poemas marcantes de linguagem acessível e sonoridade plásticas, a exemplo de Traduzir-se, Dois e dois: quatro, Homem Comum e Não há vagas. Perseguido politicamente, exilou-se na década de 1970, onde concebeu o Poema Sujo, sua magnum opus de cerca de cem páginas que versava o sentimento do exílio em um estilo que misturava características de todas as fases de sua obra. Retornou ao Brasil em 1977 e nos anos seguintes deu cabo à sua atividade intelectual, produzindo poemas, biografias, ensaios críticos, artigos jornalísticos e tornando-se, posteriormente, crítico do socialismo e dos governos petistas. Foi indicado ao Nobel de Literatura em 2002 e ingressou na Academia Brasileira de Letras em 2014. Morreu no ano de 2016, acometido por uma pneumonia.